sexta-feira, 12 de junho de 2009

Memorial


“Eu Procuro por mim tal qual o artesão procura sua arte escondida nos excessos da matéria bruta de seu mármore”.
(Padre Fábio de Melo)

Sou a única filha de uma família de três irmãos – mesmo que sempre nos tenhamos nos relacionado bem, uma das minhas maiores frustrações é não ter tido uma irmã. O meu pai, hoje aposentado foi vaqueiro e minha mãe, uma senhora do lar. Nasci no ano de 1977 em Coração de Jesus, MG.

Cresci em uma fazenda em meio a uma vasta vegetação de cerrado, misturado a vários cheiros de roça. E na época em que café era feito de rapadura e a cana era moída em engenhos de madeira puxados a boi e o cheirinho da rapadura quente se misturava com o aroma de flor de açapeixe que constantemente nos premiava com sua presença, tocado pela brisa leve que sempre soprava quer no alvorecer e ou entardecer. O leite quente saído das tetas das vacas fazia a minha alegria nas manhãs de todas as estações do ano.

Quando tinha 6 anos e meio de idade eu e meus sobrinhos fomos morar em São Joaquim distrito de Coração de Jesus , Lugar onde realizei meus estudos em nível fundamental na Escola Estadual Senhorinha Muniz. Porém o ensino Médio ainda não existia naquela localidade; o que me obrigou em 1992 a sair da casa paterna e me mudar para Montes Claros, cidade que adotei desde então e resido até hoje. Fiz o magistério na Escola Normal, referência na formação de professores no Norte de Minas. Não era bem o que eu queria, mas a mim não foi dada a oportunidade de escolha, uma vez que, era necessário ter uma profissão. Mas o meu sonho não era esse. Afinal adorava o ser humano e desde cedo manifestei interesse em estudar psicologia.

Porém em 1994 os meus planos começaram a mudar, por ser uma aluna aplicada fui selecionada dentre vários para fazer um estágio remunerado, isso despertou em mim o interesse pela educação. E percebi que poderia e queria fazer algo diferente e ajudar não uma única pessoa, mas várias ao mesmo tempo.

Sempre me dediquei aos estudos não tinha outra atividade senão estudar. Porém em nesse mesmo ano fui acometida de uma forte depressão, com a qual estive a beira da morte, mas mesmo desabilitada e sem vontade alguma continuei o meu caminho e depois de um ano parada, em 1996 ingressei na Universidade Estadual de Montes Claros, no curso de Letras - Português.

Depois de num ao fazendo o curso comecei a questionar a serventia do mesmo, pois a Unimontes ainda não tinha tradição em pesquisas e os cursos estavam passando por reformulações curriculares e adaptações didáticas. Foi um momento muito difícil para mim, porque eu não queria somente ser uma professora, queria fazer pesquisa, descobrir coisas novas, investir em novos conhecimentos. Isso só foi possível no final do curso com o retorno de alguns professores que estavam fazendo mestrado e começou a me ensinar como fazer pesquisa e mostrar que uma especialização não era tão completa assim. Com o acidente de um desses professores parei e não dei continuidade aquilo que ainda é o meu sonho ser professor pesquisador, isso me inquieta e mexe com meus brios.
Antes de terminar o curso comecei a lecionar, lembro-me que a primeira experiência, foi com língua francesa e logo depois com língua portuguesa conteúdo o qual trabalho até hoje.

Depois que terminei o curso fui trabalhar em uma cidade chamada Pai Pedro _ aqui trabalhei em um projeto do Governo de Minas – chamado Projeto Professor Itinerante em que consistia em rodízio de profissionais de três em três meses por várias cidades do interior, pois não tinham profissionais habilitados para os conteúdos específicos e confesso que foi uma experiência muito válida.

Ainda insatisfeita com a formação recebida retornei a faculdade em 2001 para fazer especialização em Leitura e Produção de Textual – mesmo distante de Montes Claros quase 300 km ia e voltava nos fins de semana para a realização do curso. Nesse curso tive os conhecimentos ampliados e estudei vários teóricos que não havia nem ouvido falar antes - foi um momento de intenso aprendizado e troca de experiência valiosos e pela primeira vez tive acesso a uma disciplina chamada Metodologia de Pesquisa Científica e me empolguei novamente em começar a desenvolver pesquisas e juntamente com outros colegas desenvolvemos uma pesquisa com o tema : O Papel da Escola na Formação de Novos Leitores. Como na universidade ainda engatinhava em relação à pesquisa, não fomos a banca. Em 2002 passei no concurso assumi o cargo em Brejinho, MG, local que permaneci por um mês. Logo depois fui removida para Capitão Enéas, MG, onde estou há oito anos trabalhando com alunos do ensino fundamental, público com os quais me identifico.

Durante esse período participei de mini-cursos sobre CBC 2005/2006, progestão e agora faço parte da equipe de formadores do Gestar II

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