domingo, 5 de julho de 2009

Tipos Textuais (Oficina 6 TP3)

“O medo profundo é uma sensação constante e torturante da dificuldade ou do medo que normalmente está ligado a um estado insastifatorio na vida da pessoa que o sente”. (Günther)

Reunimos-nos no dia 20 de junho para mais uma oficina. É a nossa terceira oficina. Cheguei como sempre bastante entusiasmada para a troca de experiência pontualmente as 07h30min, horário agendado desde o inicio do curso. Mas para minha decepção tive cursistas chegando às 9h o que acarretou uma série de atrasos para o desenrolar da oficina. Num grupo de nove cursistas seis chegaram atrasados atrapalharam e muito o andamento dos trabalhos. As surpresas desagradáveis não pararam apenas nesse episódio. No momento da análise teórica das unidades 11 e 12 foi possível perceber que a maioria dos cursistas não tinha estudado e por mais que colocasse o assunto em pauta ele não rendia, pois a maioria desconhecia os aspectos teóricos das unidades estudadas. Isso ficou bastante evidente ao desenvolver a parte III da oficina, pois muitos foram os equívocos cometidos. Alguns tiveram muitas dúvidas em como realizar a atividade.

Mesmo diante de tantos infortúnios o momento da socialização foi bastante agradável e proveitosa, embora eu considere que poderia ser mais dinâmica. Ainda sinto que os professores estão muito tímidos e envergonhados em relatar suas experiências principalmente as frustrações.

As atividades desenvolvidas foram bem diversificadas com ênfase maior para a biografia e a descrição de objetos, lugares, e ambientes. Tivemos atividades desenvolvidas em todos os anos finais do ensino fundamental. A professora Sheila fez algumas alterações no avançando na prática, em vez de objetos ela utilizou palavras e a professora Nelci sugeriu uma biografia em terceira pessoa. Quanto às produções alguns professores ficaram tristes com os resultados obtidos, pois os mesmos apresentaram muitos erros ortográficos, de concordância, assim como a dificuldade do aluno em fazer o texto de acordo com o gênero e a seqüência tipológica solicitada. Outros professores reclamaram da dificuldade em atingir os alunos através das atividades sugeridas pelas Tps e pelas Aas.

Então sugeri aos professores que refletisse sobre o planejamento de maneira a apresentar os textos aos alunos e trabalhar as dificuldades, mesmo que surjam comentários desagradáveis e quantos aos outros motivos sugeri que desenvolvessem dinâmicas de interação e/ou atividade audiovisual.

Finalizei a oficina fazendo algumas observações para a reunião seguinte.

Trabalhando Gêneros Textuais (Oficina 5 TP3)

No dia 06/06/09 reunimos novamente para darmos prosseguimento ao curso. Muitos professores que não compareceram a oficina introdutória se fizeram presentes, a eles e aos demais que ali estavam foram tiradas algumas dúvidas em relação ao funcionamento do gestar, bem como a necessidade do compromisso em estudar os cadernos de teoria e prática e aplicar as atividades aos alunos.Muitos reclamaram do pouco tempo que tiveram para estudar; pois a oficina introdutória ocorrera a uma semana anterior.

Pensando nisso, propus a eles uma discussão sobre alguns aspectos relevantes do texto de Marcushi. Foi um estudo bastante proveitoso, uma vez que, pude perceber que a maioria já tem um conhecimento eficaz a respeito do assunto enquanto alguns ainda tinham dúvidas que foram sanadas com a leitura do material.

Depois do debate os cursistas foram divididos em grupo para analisar as seções das unidades 9 e10 levando em conta os seguintes aspectos: objetivos da seção, eixo temático, aspectos teóricos, gêneros selecionados, avaliação das atividades propostas ao longo da seção e planejar para aplicar o avançando na prática.

Durante o estudo observei que alguns cursistas têm dificuldade de trabalhar em grupo e partilhar o conhecimento com os demais, talvez seja timidez. A apresentação das atividades foi tranqüila. Mas notei que alguns apresentaram equívocos em relação ao eixo temático, objetivos e a identificação da teoria misturada a prática.

Embora já possuam uma noção sobre gêneros e certo modo a utiliza em seus planejamentos havia um desconhecimento sobre a teoria e a utilização na prática. Na certeza de que já possuem uma nova visão sobre a concepção de língua e o ensino da mesma, encerrei a oficina com avaliação e animada para o próximo encontro.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Gestar II

Relatório
Oficina Introdutória 8h


Com alguns meses de atraso e depois de muita ansiedade finalmente foi possível iniciarmos o GESTAR no dia 30 de maio na cidade de Montes Claros, MG.
Fiquei com os cursistas da cidade de capitão Enéas à 54km de Montes Claros.
O curso foi iniciado com a música “cadernos’’-na voz de. Pe. Fábio de Melo,
ela nos permite compreender que é preciso virar a página e escrever uma nova história mesmo que os erros sejam muitos.
Com a leitura do texto de Álvaro Marchesi -Emoções na Docência, desencadeou as discussões sobre a educação.Os presentes expuseram suas angústias, sucessos, decepções, alegrias e tristezas causadas pela arte de educar.Pude notar muito desânimo,mas também muita vontade de aprender o novo,melhorar a prática pedagógica e a oportunidade de interagir e juntos trocar experiências de sucessos e frustrações.Foi um momento de grande emoção e de esperança—descobriram que podem errar até acertar, mesmo que se acertarem não alcançarão 100% mais todos serão atingidos de acordo com a vivências e experiência de cada aluno.E assim, comecei explicar o GESTAR, objetivos, parcerias, autores do programa, metodologia, implementação enfim o funcionamento e a estrutura do curso.
Distribuí o material aos cursistas e juntos fomos descobrindo a metodologia de trabalho, as atividades a serem desenvolvidas,bem como o estudo dos TPs e a utilização dos AAs no planejamento das aulas.À medida que íamos explorando o material as dúvidas foram surgindo e respondidas, isso tornou oficina bastante dinâmica e agradável.Alguns cursistas se mostraram preocupados com a quantidade de questões abertas e a ausência de questões de múltipla escolha, inclusive citando as avaliações internas e externas que contemplam somente esse tipo de questão.Outros demonstraram preocupação com o uso do livro didático,uma vez que tem um conteúdo a vencer e a escassez de recursos para multiplicar o material para os alunos.
Encerrei a oficina falando sobre a necessidade de repensar a prática pedagógica e da importância de registrar as atividades desenvolvidas ao longo do curso, bem como da vida profissional,por isso o valor do portifólio nesse processo.

Palavras



“As palavras têm significados que nem sempre compreendemos”

È tão difícil, depois de tantos anos vasculhar os escombros da infância e buscar ali incrustado nas paredes caídas e arruinadas pelo tempo o baú de minhas lembranças de criança. Lembro que meu pai sempre dizia que me deixaria estudar somente até a quarta série enquanto a minha mãe lutava para que eu prosseguisse, e foi com ela que aprendi as mais belas histórias da minha vida, pois para ela educação era tudo. E com esse propósito aos 6 anos e meio de idade me fez separar deles para trilhar meu próprio caminho. E ali num lugarzinho qualquer, comecei a desvendar um mundo ainda desconhecido, mas que já me fascinava. Como era linda a minha professora! Ensinava com a magia as letras que mais tarde se tornavam palavras e estas por sua vez se transformavam em enredos e teias que se costuravam em textos. Era verdadeiramente um mundo mágico.

Nos finais de semana voltava para a fazenda e ali a pouca luz, minha mãe nos contava histórias de princesas fadas anões era um mundo de fantasias e assim por ela conheci Rapunzel, Branca de Neve, A raposa e o Coelho, A bela adormecida, não via livros em suas mãos e várias outras histórias que só mais tarde vi impresso em livros.

Os anos se passaram, a 5ª série chegou e com isso uma nova metodologia começou eram tantos professores que era impossível contá-los. Mas uma me chamou atenção. Ela tinha um jeito diferente de ensinar. Ensinava com a alma e com o coração. Foi quando me apresentou A Cabana de Pai Tomás, não me lembro quem era o escritor, mas a história ainda invade a minha alma sempre que lembro daquele escravo segurando os cachinhos louros da menina que ele ajudara a criar. Passei por vários mundos e descobri o Escaravelho do Diabo, O Estudante, A Ilha Perdida, o Menino do Dedo Verde, menino de Asas, A teoria dos Meninos Pelados, Barcos de Papel, li e reli muitas vezes chorei, com Sozinha no Mundo. Meu Nome é Esperança e Um Girassol na Janela.
Deliciava com essas e fazia delas minha história. Na época em que não havia mesa redonda nós sentávamos para falar, conversar e escrever sobre essas histórias fantásticas. Não me recordo de freqüentar a biblioteca, não sei onde a professora escolhia os livros, mas sei que eles chegaram até mim. Eram noites em claro aprendendo a decifrar mistérios e me encantar com a facilidade com que os fazedores de textos teciam e tiravam do cotidiano, histórias tão belas que se tornavam o meu mundo e eu o mundo delas. Vivia embriagada das palavras. Mas apesar disso, a matéria que mais gostava era matemática, não tinha orações subordinadas e nem as coordenadas, mas o delta era a minha alegria. Como era bom estudar matemática com aquela professora. Tudo parecia fácil!
Não compreendia como um menos se torna mais, mas adorava estudar os gráficos, os produtos cartesianos... ah, isso me completava. E foi por ela que descobrir que poderia ir mais além e descortinar o mundo novo através do conhecimento. E finalmente cheguei ao ensino médio com o entusiasmo de quem acabava de começar. Queria continuar e aprimorar o que eu aprendi anteriormente. Tinha sede de conhecimento e estava ávida por novas aventuras.
Então vislumbrei minhas primeiras desilusões, pois os professores não eram os mesmos, não tinham o mesmo entusiasmo, não davam o respeito que a profissão merece. Vasculho os destroços do ensino médio para ver se sobra algum que mereça ser lembrado por mim, mas por incrível que pareça não encontro nenhum. A paixão por matemática acabou, pois conheci um conteúdo primitivo e sem magia. Literatura não existia, foi um período em que me distanciei dos livros e conheci a realidade dura de um ambiente sem motivação e sem vontade de se dar.
Apesar disso ainda conheci escritores como Machado de Assis, Visconde de Taunay, José de Alencar, mas que sentido faria isso tudo na minha vida não tinha ninguém pra partilhar e então comecei a escrever diários, alguns guardados até hoje em algum lugar da minha casa. A frustração era tão grande que pensei em desistir e voltar para casa, mas controlei meus impulsos e segui o meu caminho.
A inquietude que tomara conta do meu coração me acompanhou até o ensino superior que também me deixou frustrada. Não era exatamente o que eu queria. Eu queria mais, mas ir buscar onde, pois não tinha quem oferecesse. Cursei os dois primeiros anos da faculdade sem querer, sem vontade, em mim havia uma revolta porque meus sonhos de criança de alçar vôos, desbravar novos caminhos, continuavam emperrados pelos currículos chatos e professores despreparados para ministrá-los. Tratavam-nos como alunos de ensino médio e não como futuros professores - pesquisadores. Novamente pensei em parar, voltar depois, mas por covardia continuei. Mas a literatura corria em minhas veias como sangue quente que dá vida a imaginação de quem está apenas dormindo e com algum estímulo começa novamente a circular a todo vapor. Então conheci Graciliano Ramos, Raquel de Queiroz, Alexandre Herculano, Camilo Castelo Branco, Machado de Assis e o outros .
E assim construindo castelos sejam em sonhos e ou em areia continuo a vida lendo e relendo história de ontem e de hoje.

Memorial


“Eu Procuro por mim tal qual o artesão procura sua arte escondida nos excessos da matéria bruta de seu mármore”.
(Padre Fábio de Melo)

Sou a única filha de uma família de três irmãos – mesmo que sempre nos tenhamos nos relacionado bem, uma das minhas maiores frustrações é não ter tido uma irmã. O meu pai, hoje aposentado foi vaqueiro e minha mãe, uma senhora do lar. Nasci no ano de 1977 em Coração de Jesus, MG.

Cresci em uma fazenda em meio a uma vasta vegetação de cerrado, misturado a vários cheiros de roça. E na época em que café era feito de rapadura e a cana era moída em engenhos de madeira puxados a boi e o cheirinho da rapadura quente se misturava com o aroma de flor de açapeixe que constantemente nos premiava com sua presença, tocado pela brisa leve que sempre soprava quer no alvorecer e ou entardecer. O leite quente saído das tetas das vacas fazia a minha alegria nas manhãs de todas as estações do ano.

Quando tinha 6 anos e meio de idade eu e meus sobrinhos fomos morar em São Joaquim distrito de Coração de Jesus , Lugar onde realizei meus estudos em nível fundamental na Escola Estadual Senhorinha Muniz. Porém o ensino Médio ainda não existia naquela localidade; o que me obrigou em 1992 a sair da casa paterna e me mudar para Montes Claros, cidade que adotei desde então e resido até hoje. Fiz o magistério na Escola Normal, referência na formação de professores no Norte de Minas. Não era bem o que eu queria, mas a mim não foi dada a oportunidade de escolha, uma vez que, era necessário ter uma profissão. Mas o meu sonho não era esse. Afinal adorava o ser humano e desde cedo manifestei interesse em estudar psicologia.

Porém em 1994 os meus planos começaram a mudar, por ser uma aluna aplicada fui selecionada dentre vários para fazer um estágio remunerado, isso despertou em mim o interesse pela educação. E percebi que poderia e queria fazer algo diferente e ajudar não uma única pessoa, mas várias ao mesmo tempo.

Sempre me dediquei aos estudos não tinha outra atividade senão estudar. Porém em nesse mesmo ano fui acometida de uma forte depressão, com a qual estive a beira da morte, mas mesmo desabilitada e sem vontade alguma continuei o meu caminho e depois de um ano parada, em 1996 ingressei na Universidade Estadual de Montes Claros, no curso de Letras - Português.

Depois de num ao fazendo o curso comecei a questionar a serventia do mesmo, pois a Unimontes ainda não tinha tradição em pesquisas e os cursos estavam passando por reformulações curriculares e adaptações didáticas. Foi um momento muito difícil para mim, porque eu não queria somente ser uma professora, queria fazer pesquisa, descobrir coisas novas, investir em novos conhecimentos. Isso só foi possível no final do curso com o retorno de alguns professores que estavam fazendo mestrado e começou a me ensinar como fazer pesquisa e mostrar que uma especialização não era tão completa assim. Com o acidente de um desses professores parei e não dei continuidade aquilo que ainda é o meu sonho ser professor pesquisador, isso me inquieta e mexe com meus brios.
Antes de terminar o curso comecei a lecionar, lembro-me que a primeira experiência, foi com língua francesa e logo depois com língua portuguesa conteúdo o qual trabalho até hoje.

Depois que terminei o curso fui trabalhar em uma cidade chamada Pai Pedro _ aqui trabalhei em um projeto do Governo de Minas – chamado Projeto Professor Itinerante em que consistia em rodízio de profissionais de três em três meses por várias cidades do interior, pois não tinham profissionais habilitados para os conteúdos específicos e confesso que foi uma experiência muito válida.

Ainda insatisfeita com a formação recebida retornei a faculdade em 2001 para fazer especialização em Leitura e Produção de Textual – mesmo distante de Montes Claros quase 300 km ia e voltava nos fins de semana para a realização do curso. Nesse curso tive os conhecimentos ampliados e estudei vários teóricos que não havia nem ouvido falar antes - foi um momento de intenso aprendizado e troca de experiência valiosos e pela primeira vez tive acesso a uma disciplina chamada Metodologia de Pesquisa Científica e me empolguei novamente em começar a desenvolver pesquisas e juntamente com outros colegas desenvolvemos uma pesquisa com o tema : O Papel da Escola na Formação de Novos Leitores. Como na universidade ainda engatinhava em relação à pesquisa, não fomos a banca. Em 2002 passei no concurso assumi o cargo em Brejinho, MG, local que permaneci por um mês. Logo depois fui removida para Capitão Enéas, MG, onde estou há oito anos trabalhando com alunos do ensino fundamental, público com os quais me identifico.

Durante esse período participei de mini-cursos sobre CBC 2005/2006, progestão e agora faço parte da equipe de formadores do Gestar II

Gestar II


Primeiras impressões

No período de 23 à 27 de março de 2009 , reunimos em Montes Claros professores de Matemática e de Língua Portuguesa para iniciarmos o GESTARII.
No primeiro dia mesmo com alguns contratempos o curso foi iniciado com a explicação dos objetivos, desde o aspecto histórico até chegar aos alunos através de uma rede de parcerias e autores do programa que inclui professores formadores e professores cursistas.
Durante esses dias apreciei cada momento, desde as discussões mais calorosas sobre a teoria assim como as experiências partilhadas por colegas que já fazem uso das mesmas em seus planejamentos. Foi possível ver na prática como trabalhar de maneira simples e acessível desde que, seja bem planejado e os objetivos bem definidos.